sexta-feira, 31 de julho de 2009

Chaise-longue: convite ao descanso e à preguiça

A espreguiçadeira pode ser utilizada no solo ou na piscina

A espreguiçadeira Anelídeos pode ser utilizada no solo ou na piscina

Dentro do universo do design, nada melhor para comemorar o Ano da França no Brasil do que falar das chaises-longues. Famosa após integrar ambientes de palácios da corte francesa no século 18, a peça entrou definitivamente no imaginário popular após o primeiro projeto profissional, criado em 1928 pelo célebre arquiteto francês Le Corbusier.

Cadeira flutuante
A espreguiçadeira que abre o post, pensada para áreas de lazer, vai além da capacidade de uma chaise-longue tradicional. A forma inusitada da Chaise-Longue Anelídeos é aliada a uma característica também inovadora: a cadeira é flutuante, podendo ser utilizada no solo ou em piscinas. A sucessão de fatias de E.V.A. através de uma espinha dorsal em inox promove, ainda, uma mudança de comportamento corporal, gerando movimento. Custa R$ 2.630.

Assinatura Le Corbusier
Além de extremamente confortável e versátil, a chaise-longue rouba a cena deixando o ambiente descontraído e, ao mesmo tempo, original. É o caso da luxuosa chaise-longue com estrutura em aço carbono pintado de preto semi-fosco, tubo cromado e espuma revestida em couro de vaca brancoier. Com design assinado por Corbusier, é um item clássico na decoração. Sai por R$ 3.379.

Revestida em couro natural, peça tem design assinado por Corbusier

Revestida em couro natural, peça tem design assinado por Corbusier

As duas peças estão à venda no site Obravip.com, boutique virtual, super bacana, de alta decoração e acabamentos.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Bernardo Krasniansky

Escultura mescla metal com resina

Sofisticada, esculturas do artista mesclam elementos como metal e resina

As criações do designer paraguaio Bernardo Krasniansky, radicado em São Paulo, abusam da mistura de elementos para produzir peças únicas, que aliam artesano e tecnologia na medida certa. No Rio de Janeiro, suas produções podem ser encontradas na InterStudio de Ipanema.

A irreverência também está presente nas obras de Bernardo Krasniansky

A irreverência também está presente nas obras de Bernardo Krasniansky

“As peças do Bernardo são maravilhosas. Muitas pessoas chegam procurando, seus admiradores são fiéis. Ultimamente, as que mais tem saído são as de mdf laqueadas, que possuem um toque de bom humor sem perder a elegância”, comenta a arquiteta Miriam Gorin, que mantém parceria para vender as obras do artista em sua loja há mais de dez anos.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Da plantação de café para sua casa

Placa de revestimento em madeira Ecopanel Cafe, da linha Mosaic Antique, na By Floor

Placa em madeira Ecopanel Café, da linha Mosaic Antique, na By Floor

A By Floor acaba de receber o Ecopanel Café, um composto de madeira fabricado de forma semi-artesanal a partir de fontes renováveis e sustentáveis de lavouras que se tornam improdutivas após algumas décadas de colheita. No lugar de derrubar estas árvores, o fabricante aproveita sua madeira enquanto as novas mudas são plantadas.

O resultado chega à loja carioca em painéis/placas de tamanho padrão (1,85m x 0,90m), com espessura média de 11mm, ideal para revestir paredes, portas, armários, bancadas e móveis. Com visual antigo e rústico, o produto está disponível nas versões Mosaic (pastilhas) e Linea (em réguas finas), ambos com opção de acabamento imperfeito (Antique) ou liso (Classic).

segunda-feira, 27 de julho de 2009

A ordem é renovar

A bela e confortável residência continuava em bom estado, mesmo após dez anos da sua construção, mas o jovem casal de proprietários decidiu atualizar os espaços com as novas tendências da decoração. “O foco era a modernização da casa e, para isso, pequenas mudanças foram feitas como a troca das maçanetas, as cores das paredes e a renovação do mobiliário”, explica a designer de interiores Vera Teixeira, autora da intervenção visual.

Uma característica perceptível assim que se analisa o projeto é a utilização de cores fortes e a integração das salas de jantar, living, e sala com lareira. No living, o preto está presente nos sofás, na mesa de centro e nas formas orgânicas do tapete. Além de grandes janelas, o espaço possui um projeto luminotécnico imponente, onde foram espalhadas diversas lâmpadas dicroicas embutidas no forro rebaixado com gesso e nichos decorados por orquídeas.

A arquiteta também abusou de materiais leves como vidro e espelhos, personalizando os ambientes. A mesa de jantar com oito lugares possui tampo de vidro, assim como as mesas laterais ao lado do sofá e o aparador que serve como bar. Os espelhos foram utilizados ao lado da lareira, conferindo amplitude ao espaço.

O destaque fica por conta da poltrona estilo retrô revestida com tecido floral. Os tapetes de fibra alta também estão em toda a parte em diversos formatos e cores.

O living do pavimento superior também segue o estilo contemporâneo das demais áreas. O sofá em “L”, revestido com tecido suede, dispõe de charmosas almofadas de seda. Na parede, o destaque fica por conta do painel de tecido branco que possui lâmpadas embutidas, dando ao ambiente iluminação intimista. Com identidade própria, a lareira foi revestida com painel de madeira.

No quarto da adolescente, aconchego é a palavra de ordem. A cama conta com colcha de seda lilás, contrastando com a bancada de estudos laqueada em branco. Para o quarto da filha caçula, a utilização do rosa foi fundamental para deixar o ambiente bem feminino. Desde a parede, brinquedos, roupas de cama, cortinas e acessórios, tudo possui algo que transmite esta ideia. Para ampliar o espaço, os armários contam com portas corrediças e espelhos.

Amplo e arejado, o quarto do casal acomoda cama e sala de TV. Para aquecer a decoração, a cabeceira da cama foi revestida com veludo, as cortinas são de seda e os criados-mudos foram confeccionados em madeira escura.

Outro espaço que tornou-se muito utilizado pela família foi a varanda. A área abriga estar composto por sofás e poltronas e uma mesa para refeições. Tudo em perfeita harmonia com o projeto paisagístico feito com grandes vasos.

O resultado garantiu à família novos cenários repletos de beleza e conforto.


O amplo estar ganhou destaque através do novo sofá e da mesa de centro com tampo de madeira e espelho, Sierra Móveis. As paredes foram revestidas com tom prata, Suvinil, e projeto luminotécnico, desenvolvido pela arquiteta.

sábado, 25 de julho de 2009

Arquitetura Bioecológica

O Consumo e a Construção Civil
Conforme dados da Comunidade Européia, a enorme importância do impacto das atividades da construção civil no meio ambiente e, consequentemente, na qualidade de vida do indivíduo é claramente demonstrada:

* Na ocupação territorial e a conseqüente poluição urbana;
* Numa forte periculosidade das técnicas construtivas e dos materiais utilizados há algumas décadas na construção: milhares de produtos cada vez mais sintéticos a base de substâncias petroquímicas de reconhecida toxicidade que tornam o canteiro de obras uma instalação produtiva de alto risco.
* Num consumo descontrolado de recursos não renováveis, em particular petróleo e água (cerca de 50% dos recursos extraídos da natureza são destinados à indústria da construção civil).
* Num maciço consumo de energia de origem fóssil (cerca de 45% da energia produzida na Europa é utilizada no setor construtivo).
* Na produção de poluição atmosférica crescente e responsável pelos fenômenos de poluição global como o efeito estufa e o buraco na camada de ozônio (cerca de 50% da poluição atmosférica é produzida na Europa pelo setor construtivo).
* Na produção maciça de escórias e refugos (cerca de 50% dos refugos produzidos anualmente em Europa provêm do setor construtivo, na Alemanha chega a 70%).

No Brasil, estes números não são muito diferentes.

A construção civil consome:
* 40% dos recursos naturais e da energia produzida
* 34% do consumo de água
* 55% do consumo de madeira não certificada
* 67% da massa total de resíduos sólidos urbanos e 50% do volume total de resíduos

Em face desses dados, torna-se evidente que as escolhas que cada dia a administração pública e o mercado da Construção Civil realizam por meio da atividade profissional de milhares de técnicos e operários tornam-se fundamentais. Estas escolhas exigem uma postura diferente de responsabilidade ética nos setores que determinam a qualidade do meio-ambiente.

Construir de maneira sustentável impõe a todos os envolvidos, do projetista ao usuário, do administrador público ao empresário, do produtor ao varejista, um forte empenho ético e um profissionalismo adequado.

Novas Obrigações Legais

Internacionais

Segundo a Diretiva Européia, todos os Estados se comprometem:
* A adotar metodologia que indique a eficiência energética dos edifícios.
* Com a adoção de requisitos mínimos revisados cada 5 anos.
* Edifícios novos > 1000m2:
* sistema de energia renovável
* calefação ou refrigeração central.
* Obrigatoriedade de apresentação de certificação energética dos edifícios para comercialização.

Em alguns paises, decretos regionais definem os parâmetros de ecoeficiência para novas obras e reformas, como:
* Máximo de consumo de água por instalação e o uso obrigatório de dispositivo economizador
* Limitação para a perda térmica das aberturas com vidro.
* Estabelece contribuição mínima de energia solar para aquecimento de água.
* Isolamento acústico mínimo 48 dB para as paredes.
* Criação de um sistema de pontos com referencia a uso de pré-fabricados, reciclagem, reuso de água, energias renováveis, ventilação natural, sendo que todas as obras devem atingir um mínimo de pontos.

Nacionais

A Resolução nº. 307, de 05/07/2002 CONAMA tornou obrigatória em todos os municípios do País a implantação de Planos Integrados de Gerenciamento dos Resíduos da Construção Civil e determinou, também, aos geradores, adoção de medidas que minimizem a quantidade gerada, sua reutilização ou reciclagem e, quando inviável, que os resíduos sejam reservados, segregados, para posterior utilização.

Em 2004, foram publicadas as Normas
NBR:15112 a 15116 para regulamentação da gestão de Resíduos sólidos.

No estado de São Paulo, através da Lei Estadual 12.300/2006 foi estabelecida a Política Estadual de Resíduos Sólidos que define as responsabilidades e os procedimentos para incentivar e controlar o reaproveitamento de resíduos da construção de maneira a promover a redução de consumo dos recursos naturais e a preservação do meio ambiente, além da geração de empregos e da promoção da consciência ambiental.

Em algumas cidades brasileiras já é obrigatório a preparação para futura instalação
ou mesmo o uso de energia solar para aquecimento de água e em outras esta previsto um beneficio fiscal para sua utilização.

A Valorização do Edifício Bioecológico

Segundo estudos desenvolvidos pelo Green Building Council, realizado com os edifícios certificados, vários são os benefícios econômicos obtidos com os edifícios sustentáveis:
. Os ocupantes de escritórios em edifícios verdes têm grande diferencial de qualidade de vida e saúde e se tornam de 2 a 16% mais produtivos.

. As vendas em locais com iluminação natural são até 40% maiores que os locais fechados. (Source: California Board for Energy Efficiency Third Party Program).

. Estudantes de escolas que priorizam a iluminação natural foram 20% mais rápidos em provas de matemática e 26% em testes de leitura. (According to a Heschong Mahone Group study, “Day lighting in Schools,” conducted on behalf of the CA Board for Energy Efficiency).

. Cada US$1 investido na construção de edificios sustentáveis retorna US$15 em 20 anos:
74% – Saude e produtividade dos ocupantes
14% - Operação e manutenção
09% - Energia
02% - Emissões
01% - Água.

. Um investimento de 2% no projeto, em média, resulta em economia de até 20% no custo total da construção. (Fonte: The Costs and Financial Benefits of Green Buildings: A Report to California's Sustainable Building Task Force,  October 2003)

A Percepção do Mercado

Além do evidente aumento dos custos dos insumos necessários para a construção e para a utilização dos edifícios, devido à redução acelerada de nossas reservas e do uso indiscriminado de recursos não renováveis, os benefícios serão evidentes para aqueles que estiverem adaptados às novas necessidades do mercado.

O mercado europeu já se comprometeu a obter significativas reduções de consumo através de
Licitações sustentáveis para contratos públicos ecológicos, financiamento e pesquisa para renovações nas construções antigas e incentivo a educação ambiental.

O Mercado no Brasil

Já é grande o interesse do mercado no tema da sustentabilidade com participação de importantes empresas pioneiras.

Construtoras

Existe um crescimento do numero de lançamentos de condomínios e empreendimentos residenciais de baixo impacto ou eco-amigáveis, com grandes áreas preservadas atingindo índices de 70% até 95% da área do empreendimento, reflorestamentos, captação e reuso de água e uso de energias renováveis.

Fornecedores

Varias empresas buscam produzir equipamentos que consomem menos água ou energia. Muitas outras desenvolvem e oferecem produtos de aplicação flexível, capacidade de reaproveitamento ou reutilização.

Indústrias

Obras industriais já apontam com reformas para redução de consumo de água e de energia nas instalações prediais, além de novas unidades com previsão para utilização de dispositivos e equipamentos para economia de água, iluminação inteligente, captação de água e uso de materiais de produção regional.

Mercado Financeiro

No sistema financeiro já existem linhas de financiamento especiais para produção e comercialização de equipamentos de aquecimento solar.

Desde 2005, o Índice de Sustentabilidade Empresarial da BOVESPA – ISE, faz a avaliação de empresas para fins de investimentos, levando em conta tanto aspectos financeiros tradicionais quanto a performance ambiental e social das empresas. Tal qual o Índice da Dow Jones DJSI, reflete o reconhecimento do potencial financeiro relativo às questões de sustentabilidade nas grandes empresas.

De modo semelhante ao esforço desenvolvido por grandes empresas para ingressarem e permanecerem na relação daquele índice americano, muitas empresas neste momento desenvolvem esforço equivalente para configurar no ISE.
Grandes empresas do mercado brasileiro já buscam a certificação de seus edifícios e suas instalações para participarem do DJSI e este movimento deve se acentuar para a participação do ISE que, na sua revisão anual, inclui o percentual de unidades que possuem programa de ecoeficiência em suas instalações e as metas de redução de consumo de recursos com água, energia, papeis e combustíveis fósseis como questões na avaliação das empresas participantes.

Princípios

A Arquitetura Bioecológica - o modelo de Construção Civil com responsabilidade ambiental - segue 10 princípios básicos:
1. Minimizar o impacto ambiental das construções.
2. Promover comunidades sustentáveis.
3. Promover a saúde e o bem-estar do homem.
4. Priorizar a longevidade da construção, durabilidade e adaptabilidade.
5. Utilizar materiais de baixo impacto ambiental.
6. Promover a conservação e uso racional da água.
7. Promover a eficiência energética, o uso racional de energia e as fontes de energia renovável.
8. Minimizar a produção de resíduos e promover a reciclagem.
9. Não utilizar produtos tóxicos. Usar preferencialmente ecoprodutos.
10. Promover a educação ambiental, o consumo consciente e a preservação da cultura

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Watherfront CITY, Dubai – Emirados Árabes Unidos

Waterfront City é uma ilha medindo 1310m x 1310m em seu lugar cercado por uma massa de agua artificial criada pela remoção de solo existente que permite a entrada da agua do mar. Em torno deste corpo de agua, há mais quatro áreas que fazem parte do local do que é considerado Waterfront City. Começando com a parte norte e que se deslocam no sentido horário estas áreas são: Madinat Al Soor, o Boulevard, a Marina e os Resorts. A ilha e as quatro áreas que o rodeavam forma separada 5 perímetro que todos tem o seu próprio caráter distinto. O resultado é uma cidade que é diversa em que as condições urbanas que ele proporciona.
Estrutura Formal: Em metros quadrados o montante do programa residencial é igual à quantidade de escritório programa. Isto significa que há muito mais pessoas que trabalham na ilha do que as pessoas que vivem lá, mas teoricamente também significa que há tantos edifícios ocupados em dia e de noite. Isso garante que a cidade continua viva 24 hs por dia. Com esse equilíbrio entre escritório e residencial programa, haverá uma quantidade significativa de pessoas, tanto de vida e de trabalho na ilha, por conseguinte, a reducao do aumento da necessidade de estradas e aumentando a quantidade de circulacao de pedestres.
Tecnologia: A arquitetura deste espaço deverá proporcionar uma sensação de grande simplicidade, de sustentabilidade e de luxo. A área também irá acolher um dos ícones: a espiral. A espiral será composta de escritórios, lojas, áreas residenciais e hotéis. A maior parte do espaço aberto desta área será centrada no âmbito da prestação resorts e hotéis íntimos áreas para seus residentes e piscina lado atividades.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Centro de Ciências, Hamburgo – Alemanha

centro de ciencias hamburgo O Centro de Ciências tornar-se-á num centro para o estudo cientifico em Hamburgo e ajudar a reforçar o perfil educacional da cidade criando um local para a próxima geração de cientistas para estudar e compartilhar conhecimentos. Não só o Centro de Ciências está ligado a muitos outros institutos, em Hamburgo, mas que também irá se tornar a força geradora de ensino inovador e de ser um destaque cultural em si mesmo.
O centro de Ciências aborda não apenas as questões ambientais, mas também programática sustentabilidade. A função dos dez blocos que compõem o edifício em larga escala para permitir alterações programáticas numa base diária. A estrutura central acomoda a circulação vertical que os blocos sobre o oeste e leste são utilizados como espaços de exposição. O curador é capaz de gerar atalhos, alterações ou criar conexões por meio de divisórias moveis.
Estrutura Formal: O projeto arquitetonico submetido pelo arquiteto holandes Rem Koolhaas, OMA (escritório para a arquitetura metropolitana) para o centro da ciência/aquário/teatro da ciência em HafenCity é a base para uma interpretação nova de centros da ciencia do mundo. Este possui em sua estrutura, restaurantes, cafés, módulos para exibição, teatros, lojas e espaço para armazenamento técnico.
Programa: 23.000 m²; Centro de Ciência, aquário, escritórios, teatro, lojas e restaurantes de 8.500 m², que estão localizados no subsolo.

Tecnologia: É uma construção única, com design característico. Com um projeto totalmente inovador, Rem Koolhaas, teve o objetivo de conectar a população da cidade a um moderno espaço de cultura e estudo, localizado em um porto. Como um edifício do Centro de Ciência leva o exemplo do tratamento da questão da sustentabilidade não só na sua abordagem flexível de programação e de função, mas também por incorporar as mais recentes tecnologias ambientais.

Fundação PRADA, Itália - Milão

 

6a00d8345238e269e200e5523aba348834-800wi É surpreendente que a enorme expansão da arte sistema tende a ocorrer em um numero reduzido de tipologias de artes "no ecrã" parece que as artes apoteose estão cada vez mais num desdobramento no repertório limitado de condições espaciais: a galeria (branco, resumo e neutro), o espaço industrial (atraente porque as suas condições não previsíveis desafio do artista intenções), o museu contemporâneo (uma versão mal disfarçada do departamento loja) e o purgatório das artes justo. O novo PRADA Fundação é projectado em um complexo industrial muito antigo, mas com diversos ambientes espaciais. Nós pretendemos acrescentar três novas estruturas que alargar substancialmente o leque das suas instalações e acomodações. A fundação nova de PRADA destina-se como uma coleção de artefatos que encontra uma coleção de tipologias arquitetônicas. Não só a gama de condições espaciais será prorrogada, mas também a variedade de conteúdo próprio. Para além de espaços para a montagem e desempenho, tanto da PRADA e na Luna Rossa arquivos serão abertos, que cria a continuidade do esforço intelectual e criativo.
Dentro do perímetro do Largo Isarco complexo existem duas estruturas independentes: uma plana e quadrada, e a segunda mais vertical e ligado ao grande hall de entrada, já dividida em três capelas.
Estrutura Formal: Complexo industrial datado de 1910, composto de sete diferentes estruturas existentes de armazéns, laboratórios e cerveja silos rodeada por um grande pátio. No seculo XX destilaria no Lago Isarco ao norte de Milão.
Programa: Total exposição. Espaço de 17.500 m², irá compreender 7.500 m² de um complexo industrial existente e de aproximadamente 10.00 m² de novos edificios.
Tecnologia: Koolhaas no projeto irá acrescentar uma exposição edificio, auditório e torre para a estrutura já existente para abrigar seleções de obras a partir da coleta e mostra temporária. Será uma abordagem única para a idéia da co-exitência de arquitetura contemporânea com a revitalização de uma área histórica, que representa a evolução da Milanese de desenvolvimento industrial que continua até os dias atuais. No esforço para ampliar o PRADA há um leque de atividades da Fundação, o novo auditório irá tornar possível acolher va´rios festivais, teatro performaces, simpósios e palestras sobre arquitetura, arte, cinema, design, arquitetura, filosofia e mídia mundial.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Las Claves de la Arquitectura

Las Claves de la Arquitectura

Um dos documentos encomendados on-line sobre arquitetura, em espanhol e com muitas referências a Espanha, o tratado é por Maria Antonia Perello, as chaves de Arquitectura, Almendron publicados no site, patrocinado pela Ayuntamiento de La Puebla de Alfindén (próximo à cidade Zaragoza). Lá, em seis capítulos são extensos muito ordenadamente os principais aspectos da arquitetura de diversão e sem sucumbir aos alertas desnecessários, enumera exemplos e tacitamente o incentivo à investigação.

23,9 MB

Download: http://depositfiles.com/files/5ia30dn6x

terça-feira, 21 de julho de 2009

Armários de cozinha com LCD embutido

Com tela protegida por vidro italiano, a TV é uma boa maneira de não perder seu programa favorito nem na hora de cozinhar

Com tela protegida por vidro italiano, a TV é uma boa maneira de não perder seu programa favorito nem na hora de cozinhar

Lançada na última edição da bienal Eurocuccina (mostra paralela à Feira de Milão), a “LCD Cuccina” é uma das novidades da coleção de inverno da Treselle do Casashopping. A linha de armários já vem com uma tela de 19 polegadas camuflada na porta de um dos módulos.

A TV é fixada por trás de um vidro italiano cristalino (extra chiaro), que não compromete a qualidade da imagem. Quando o aparelho está desligado, passa despercebido. O mimo, que também pode ser adaptado em armários do quarto, sai por R$ 2 mil, já incluindo a instalação.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Flores aquecem coleção de inverno da Orlean

Os papéis de parede da linha limani, da marca belga Grandeco, estão entre as novidades da estação

Os papéis de parede da linha Limani, da marca belga Grandeco, estão entre as novidades da estação

As estampas florais estão em alta para o inverno 2009. Prova disso são as versões estilizadas para as novas coleções de papéis de parede. Item de desejo entre os modernos, adicionam charme e estilo na decoração. A Orlean acaba de receber modelo super legal da grife belga Grandeco, com sobreposição de flores e folhas em tons de preto e marrom, próprios para aquecer e aconchegar ambientes.

Além de irreverentes, outro ponto chama a atenção: a tecnologia usada na fabricação faz com que o produto dure mais de 25 anos. Além da Grandeco, estampas e texturas exclusivas das européias Eijffinger e Arte também ganham destaque entre os lançamentos.

domingo, 19 de julho de 2009

Concreto e pedra na Casa Boxe

Quando a construção de sua nova morada começou a adquirir forma em Ilhabela, litoral Norte de São Paulo, o caseiro Zé Maria ficou inconformado. Tudo bem que a casa teria uma bela vista para o mar proporcionada pela implantação a 100 m de altura. Mas o bloco branco erguido ao lado de duas enormes rochas lhe parecia estranho demais. Por um ângulo, aquilo lhe lembrava uma lata de sardinhas. Do outro, algo como um contêiner ou uma caixa de isopor.

Aos poucos os arquitetos paulistanos Alan Chu Silveira e Cristiano Kato convenceram o caseiro de que ele deveria se sentir privilegiado, conquistando a simpatia daquele que deveria ser o primeiro a apreciar o local: o morador.

A pequena edificação de 36 m² traz um programa igualmente simples: sala, quarto, cozinha, banheiro e área de serviço. O objetivo era chegar a uma solução econômica capaz de substituir uma antiga casa térrea com paredes de pedra e telhas de barro. Havia também uma preocupação com a forma, pela localização em uma das entradas da propriedade. A nova construção deveria ser interessante o suficiente para chamar a atenção daqueles que passam pela via pública, mas sem comprometer a privacidade.

Outro pré-requisito era estabelecer um diálogo harmonioso com o conjunto arquitetônico existente, onde predominam construções erguidas sobre rochas naturais. A essa altura os arquitetos tinham dois caminhos: produzir algo que, como a construção original, se fundisse à paisagem ou criar um elemento de impacto em contraposição à exuberância amorfa das rochas que circundam o local.

Entre o óbvio e o provocativo, os jovens arquitetos ficaram com a segunda opção. Foi assim que, entre enormes rochas e em meio à Mata Atlântica, surgiu a caixa branca de 3 m x 5 m que se destaca pelo rigor formal e geometria concisa.

As condições do terreno, em desnível, serviram como fio condutor para a concepção. O elemento suspenso se apoia, de um lado, sobre um arrimo já existente que acompanha em curva a rampa para o estacionamento, quase que abraçando a construção. Na elevação frontal, o volume se escora sobre um muro construído com as mesmas pedras de outras construções locais.

"O movimento entre esses elementos configura três espaços da construção", explica Alan Chu, referindo-se ao pátio de acesso criado entre o volume construído e o muro de arrimo curvo, ao pátio de serviço resultante do vazio entre a casa e a rocha a leste do terreno e, por fim, ao vão sob a própria caixa, aproveitado como área útil.

Dentro e fora da caixa A casa possui dois pavimentos. No pavimento que acompanha o nível da rua se distribuem sala, cozinha e banheiro. O andar superior abriga o dormitório que dispõe de uma generosa abertura de onde é possível avistar o continente e o canal de São Sebastião.

A implantação tirou partido do desnível do terreno para economizar com escavações e ainda assegurar privacidade e facilitar a circulação. O plano, segundo Chu, foi aproveitar o piso externo e o muro de arrimo e pousar sobre eles uma caixa branca em contraste com a grande rocha. "O boxe é um elemento frequente no imaginário de quase todos os arquitetos", admitem Chu e Kato, que contam, ainda, que todos os demais espaços nasceram espontaneamente como consequência dessa premissa.

Embora não constituam referências formais, é possível notar traços do dinamismo da arquitetura japonesa contemporânea na Casa Boxe. Conhecidos pelo caráter escultórico, pela volumetria geométrica e pelas linhas minimalistas, os trabalhos de escritórios como o Sanaa, de Kazuyo Sejima e Ryue Nishizawa, e o Ateliê Tekuto, são acompanhados por Chu e Kato.

Para Alan Chu, porém, a linguagem adotada se resume à busca de algo elementar que permite explorar a paisagem existente e o contraste de materiais e texturas. A especificação dos materiais, aliás, foi pautada por critérios como disponibilidade, custo, facilidade de execução, além da possibilidade de combiná-los de forma harmoniosa.

A escolha dos revestimentos mantém-se coerente com tais critérios. Para o piso interno utilizou-se cimento queimado. Na pavimentação externa e muros frontal e de arrimo, a opção foi valorizar as rochas do local. A madeira das portas, janelas, escada, estantes e mobiliário é proveniente de sobras de material utilizados na confecção de andaimes e fôrmas que moldaram o concreto armado da caixa branca.

Com soluções construtivas básicas - estrutura de concreto armado e alvenaria - o projeto conseguiu, ainda, tirar partido de grandes vãos e da ventilação cruzada. Adicionalmente, em uma área de clima tropical úmido, mecanismos simples, e principalmente baratos, foram utilizados para garantir o conforto térmico, como portas-brise e cobertura de concreto com argila expandida.

Capacidade de síntese
Diante de um espaço com dimensões reduzidas e restrições orçamentárias, o aproveitamento do espaço torna-se ponto crítico. Na casa de Ilhabela, essa condição levou os arquitetos a criar um móvel multiuso embutido na escada que dá acesso ao andar superior. Construído parte em madeira, parte em alvenaria, o elemento incorpora nicho para geladeira e móvel para TV.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Edson Mahfuz fala sobre as fachadas contemporâneas






Os limites verticais dos edifícios, que costumamos chamar de fachadas, são suas partes mais visíveis e, sem sombra de dúvida, estão entre as mais importantes. Robert Venturi, nos anos de 1960, chegou a afirmar que fachada é o lugar em que a arquitetura acontece, pois é o elemento que sintetiza as forças internas e externas que atuam em todo projeto. O que segue assume como princípio que a fachada é mais do que sua manifestação bidimensional, abrangendo toda a espessura do limite vertical e todos os elementos usados para defini-lo em cada caso.

Até o início do século 20 a fachada era parte do sistema de sustentação dos edifícios, o que explica sua espessura e o número e tamanho das suas aberturas. A fachada pré-moderna é essencialmente um muro com aberturas, predominando sempre o cheio sobre os vazios, isto é, a área das aberturas é sempre menor do que a de alvenaria.

Nessas condições, o controle climático das edificações era resolvido parcialmente pela inércia térmica das fachadas − consequência da sua espessura e do emprego de um único material − e pela quantidade/tamanho das aberturas: em climas mediterrâ­neos as aberturas eram pequenas e poucas, enquanto em países de clima frio eram comuns grandes aberturas captadoras de luz.

Além dessas características físicas, a fachada tradicional desempenhava um importante papel representativo: o edifício clássico é fundamentalmente uma caixa de alvenaria sobre a qual eram aplicados os elementos das ordens clássicas. No século 19 o repertório de motivos ornamentais se amplia mas a relação básica permanece a mesma. Parte da crise por que passou a arquitetura na segunda metade daquele século se deve ao fato de que ela continuava presa ao sistema murário de construção de fachadas quando já existiam técnicas que permitiam construções menos maciças. Outro componente dessa crise foi a constatação de que os repertórios ornamentais aplicados à arquitetura já não tinham a mesma capacidade de comunicação de séculos passados.

A fachada tradicional foi alterada radicalmente com o surgimento da arquitetura moderna, que representou uma ruptura metodológica com o classicismo. A imitação foi substituída por uma ideia autônoma de forma, no sentido de que não se vincula a nenhum sistema prévio ou exterior. Sendo assim, para a arquitetura moderna a legitimidade de uma obra só pode ser encontrada no âmbito do objeto, cuja constituição como artefato ordenado segue leis que lhe são próprias.


Essa ruptura metodológica foi acompanhada por uma transformação radical da natureza do artefato arquitetônico. Enquanto na arquitetura clássica os diferentes subsistemas que compõem o edifício (estrutura portante, esquema distributivo, organização espacial, mecanismos de acesso, relação com o exterior etc.) convergem e se confundem com a estrutura formal, materializada por paredes grossas, na arquitetura moderna os subsistemas podem ser isolados e abstraídos. Essa independência é um dos fatores que favorece o abandono da imitação como procedimento projetual fundamental.

Nas primeiras décadas do século 20, o emprego da estrutura independente, que implica a desvinculação das funções de sustentação e vedação/compartimentação, teve como consequência a ampliação das possibilidades de projeto das fachadas. No primeiro momento, generalizou-se um aumento no tamanho e no número de aberturas por fachada. Essa é uma das características mais notáveis da obra inicial de pioneiros como Wright, Perret, Le Corbusier, Mendelsohn e muitos outros. Nelas vê-se a redução dos trechos opacos de alvenaria e o aumento de tamanho das aberturas, além da adoção frequente da horizontalidade na sua disposição.

A seguir houve uma aplicação extensiva do vidro nas fachadas, que em alguns casos passaram a ser pouco mais do que uma fina película transparente, como nos casos da Fábrica Fagus, do Pavilhão do Werkbund e do edifício da Bauhaus. Na prática, poucos edifícios adotaram a transparência total, mas esse era um ideal presente em muitos escritos e projetos teóricos do início do século.

No entanto, logo ficou claro que, mesmo em climas frios, uma fachada não pode ser reduzida a uma mera lâmina de vidro. Fatores como umidade, frio, calor e excesso de luminosidade logo obrigaram a um aumento de complexidade em relação às primeiras fachadas de vidro modernistas. Já na década de 1910 Le Corbusier declarava-se preocupado com o tema, a ponto de publicar em L'Esprit Nouveau uma proposta de vedação externa com câmara de ar desenvolvida por um engenheiro francês.

Na década de 1930 a fachada começa a recuperar a tridimensionalidade que havia sido substituída pelos planos envidraçados. O elemento responsável por isso é o brise-soleil, o quebra-sol que, alegadamente introduzido na arquitetura moderna por Le Corbusier a partir da construção de obras como o Ministério de Educação e Saúde, a Obra do Berço, a ABI e o Aeroporto Santos Dumont, se torna quase uma marca registrada da arquitetura brasileira.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Projeto gráfico do livro Zazie no Metrô, da Cosac Naify





O primeiro toque provoca o leitor: as páginas são de papel bíblia que, dobrado, esconde cartazes da década de 1950. O texto é impresso com fontes tipográficas desenvolvidas também nessa época, quando Zazie no metrô foi lançado pela primeira vez, em 1959. O livro do francês Raymond Queneau completa 50 anos e ganhou sua primeira versão em português com a edição da Cosac Naify.

"A forma dialoga esteticamente com o conteúdo do livro", explica Elaine Ramos, editora de arte da Cosac Naify e responsável, junto com Maria Carolina Sampaio, pela concepção do projeto gráfico. O pano de fundo da narrativa, a Paris da década de 1950, deu as bases às quais o projeto gráfico buscou se enquadrar.

A transição constante entre a linguagem erudita e coloquial no texto de Queneau, por exemplo, influencia algumas escolhas do projeto, como a utilização de fragmentos de cartazes desenvolvidos por designers da alta cultura francesa - que, por sua vez, ficavam espalhados pelo espaço urbano e popular da Paris de 1950. A equipe de design selecionou cerca de 60 desses cartazes, que deram origem a 97 ilustrações utilizadas na publicação.

As páginas são formadas por um papel bíblia de 31 cm de comprimento e 21 cm de largura. Em um dos lados são impressas duas páginas consecutivas do livro, e no outro uma única ilustração. Quando encadernada, a peça é dobrada, deixando uma abertura na parte superior e outra na inferior da página. Pela transparência do papel bíblia, as imagens aparecem suavemente por trás dos textos.

Durante a leitura, enxergam-se algumas imagens coloridas no fundo, que são vistas com dificuldade. O único contato direto com as imagens que o leitor pode ter é pelos vãos superior e inferior.

A difícil identificação das ilustrações escondidas também foi pensada para ser polifônica e urbanística. Assim como Zazie caminha por Paris, o leitor a acompanha pela relação sinestésica proposta pela transparência das páginas, que permite uma visualização dos ruídos. "É como se houvesse um rumor da cidade por trás da narrativa", conclui Elaine.

No livro, a menina Zazie vai a Paris com o sonho de andar de metrô, e não consegue realizá-lo por causa de uma greve. O metrô se torna para a personagem o que as ilustrações são para o leitor: uma sublime fantasia, porque não se sabe o que é. Pode-se entrever os desenhos na publicação, mas não identificá-los de fato. "O grau de transparência do papel bíblia foi determinante na sua escolha", justifica Elaine.

imagens Cosac Naify
A equipe de designers selecionou cerca de 60 cartazes da Paris da década de 50, época quando se situa a narrativa. Os cartazes deram origem às 97 ilustrações utilizadas na publicação. Contudo, elas não são 100% visíveis: a proposta é reforçar a polifonia e a multiplicidade de referências simultâneas que a obra propõe
Até a escolha das fontes tipográficas foi relacionada ao período da narrativa. As editoras utilizaram fontes francesas que surgiram nessa época. Os títulos, páginas e capítulos foram impressos na fonte
Futura, pelo seu formato geométrico. Nas demarcações de capítulos, por exemplo, as únicas divisões do livro, os números estão em Futura e maiores, aludindo às letras de sinalização de trânsito. Para os textos, foi usada a Meridien, uma fonte considerada mais humana e suave.

Com retículas bem marcadas, as imagens foram impressas em duas cores: vermelho e azul. Em um único tinteiro, foram colocadas essas duas tintas em série, formando áreas de dégradé no resultado final. Todas as imagens começam vermelhas na cabeça do livro e terminam azuis no pé.

A imagem da capa foi produzida com fragmentos de um cartaz desenvolvido pelo designer Robert Massin em 1954. Embora a capa siga a mesma distribuição de cores e seja a única ilustração do livro que pode ser entendida de fato, os primeiros exemplares vêm com uma sobrecapa - também de papel bíblia - que, como uma dobradura, envolvem a capa e escondem, inclusive, o próprio rosto do livro.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Caixa de vidro abriga a cafeteria da Estação Ciência . UNA Arquitetos . São Paulo, SP

Uma caixa de vidro pousou delicadamente nos trilhos da Estação Ciência. Não causou impacto à estrutura tombada dos galpões da Lapa, bairro de origem industrial na zona Oeste de São Paulo, mas é inegável o impacto visual pelo contraste entre o antigo e o novo, entre os tijolos e o vidro. Essa caixa transparente foi criada pela equipe do UNA Arquitetos para ser um café e atender aos visitantes desse local onde a ciência é ensinada de forma lúdica.

Mas, pela total acessibilidade, também convida aos demais passantes da rua Guaicurus para uma parada rápida. O local é passagem para a estação de trens da CPTM e para o terminal de ônibus da Lapa - obra marcante do Núcleo Arquitetura. Também estão no entorno o Mercado Municipal da Lapa e o Sesc Pompeia de Lina Bo Bardi.

Aparentemente simples, a estrutura tem detalhes que revelam o cuidado com o projeto. O bairro da Lapa tem sua história ligada à industrialização de São Paulo, na primeira metade do século passado. Os galpões paralelos da rua Guaicurus faziam parte de uma tecelagem e, graças à pressão de moradores do bairro, não foram destruídos. Depois de passar por vários usos, um deles foi adaptado para abrigar o centro de difusão científica Estação Ciência, fundada pelo CNPq em 1987 e integrada à USP desde 1990. O arquiteto Fernando Viégas, do UNA, lembra que foram os professores Lucio Gomes Machado, Marlene Yurgel e Eduardo de Jesus Rodrigues os responsáveis pelo projeto de conversão do galpão em área expositiva. No galpão em frente funciona um centro de atividades para portadores de necessidades especiais.

Viégas explica que a antiga tecelagem possuía ramais ferroviários internos e plataformas de 140 m de extensão junto a esses galpões para a entrada e saída de insumos. Entre as duas construções de tijolos existe um espaço aberto, em desnível, com piso de paralelepípedos e árvores que os arquitetos viram como ideal para ser um espaço de convivência para o café. Para evitar impactos ao conjunto, a estrutura metálica foi fixada em dois pontos no trilho dessa antiga estação. "A proposta foi implantar o café no mesmo nível da plataforma coberta, local de entrada e circulação dos visitantes. A qualidade dessa paisagem interna definiu o partido de uma construção leve, cuja proporção respeita e, ao mesmo tempo, procura ressaltar a delicadeza do lugar", enfatiza o arquiteto. Dessa forma, também não precisaram interferir no espaço expositivo.

A estrutura metálica possui 17 m de comprimento por 2,40 m de largura e pé-direito de 2,40 m. Como a peça está apoiada em somente dois blocos de fundação, tem-se a impressão de que está ligeiramente solta do chão, suspensa junto à plataforma. A fundação apoia dois pilares metálicos que sustentam uma viga tubular maior na cobertura para suportar os balanços laterais e outra viga menor no piso. O assoalho de madeira reveste o piso sobre o barroteamento metálico e também está no teto, sob a cobertura de manta.

O fechamento de vidro permite a continuidade visual dos dois galpões e da paisagem. Durante o dia, quem está no interior do café tem visão total devido à transparência do vidro, enquanto o volume fica opaco para quem está do lado de fora. À noite o efeito é contrário e a luminosidade do interior da caixa de vidro passa a ser visível para quem está na parte externa.

Todos os lados da caixa se abrem, permitindo a ventilação cruzada. O acesso à plataforma pode ser totalmente aberto ou fechado, conforme as necessidades de funcionamento e do comportamento do clima. Nos outros três lados, onde há incidência solar, foram projetados brises que também servem como guarda-corpo, caso os vidros junto a eles estejam abertos. Para facilitar a limpeza da parte externa dos vidros, os brises se abrem apoiados em pivôs.

Outro detalhe que mostra a preocupação em interferir o mínimo possível no ambiente é o pé-direito relativamente baixo, de 2,40 m. Segundo Viégas, dessa forma a luz natural pode passar por cima da estrutura do café, sem causar diminuição da luminosidade nessa área da plataforma - exatamente na passagem para a entrada da Estação Ciência. Já a área do café foi delimitada pelo dimensionamento do balcão, o único elemento fixo no interior da estrutura e que foi projetado com todos os equipamentos e instalações necessários para o funcionamento da cozinha e o atendimento de clientes.

O espaço nas laterais do balcão foi deixado para poucas mesas e cadeiras. A escolhida foi a Girafa, de Lina Bo Bardi, executada pela Baraúna, por combinar com a leveza do ambiente. Outras mesas e cadeiras podem ocupar o espaço externo, reforçando a ideia de um espaço de convivência entre a Estação Ciência, o galpão em frente e seu entorno.

O projeto foi aprovado pelos órgãos ligados ao Patrimônio exatamente por não causar interferências às edificações. A proposta para o café não é recente - está na prancheta desde 2004, mas foi concluída em 2009. A demora ocorreu, entre outros fatores, pela necessidade de realizar licitações públicas para a construção, pois a Estação Ciência é ligada à USP.

Em maio de 2009 os galpões da Estação Ciência foram tombados pelo Conselho Municipal do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental de São Paulo (Conpresp), assim como o Mercado Municipal da Lapa e o Sesc Pompeia, no entorno imediato. Ainda está em tramitação o tombamento do local pelo Condephaat. A instalação do café mostra que é possível revitalizar uma área tombada, ajudando a valorizá-la e, consequentemente, a preservá-la.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Formas com movimento em móveis e acessórios é tendência na Europa








Parece mesmo uma microtendência: a Moschino lançou em sua boutique em Milão algumas peças inspiradas nas pinturas de Salvador Dalí, e até a mundialmente conhecida Ikea tem em sua coleção duas luminárias que parecem ter alguma coisa errada... Para quebrar um pouco o paradigma do perfeccionismo, equilíbrio e linearidade quando se trata de design de mobiliário, algumas marcas, designers e fabricantes incluiram em suas linhas produtos com desenho inspirado no movimento: conceituais ou comerciais, elas parecem frágeis ou facilmente quebráveis. Outras ainda estimulam a interação com o usuário, alterando o formato e até mesmo a função. O escritório de design sueco Front Designs, formado por quatro mulheres, pode ser considerado um especialista nisso. Não só criaram a dupla de luminárias Svarva, para a Ikea, como também vasos e mesas, sempre com desenho linkado a algum tipo de movimento. Conheça mais tendências do design europeu no blog London Desing.



domingo, 12 de julho de 2009

Criando um clima

Com um projeto luminotécnico bem executado o home theater fica ainda mais acolhedor e sofisticado, tornando-se o espaço perfeito para relaxar e assistir a um bom filme

Texto: Patrícia Julien

O sofá é confortável, a tela e o som têm qualidade de cinema, mas para que o ambiente fique perfeito, a iluminação é fundamental. Para criar um clima aconchegante, a luz indireta e periférica é a mais indicada e, de preferência, com lâmpadas quentes, amareladas e âmbar, que são mais confortáveis e não distorcem as cores. A aposta nos circuitos independentes e no dimmer pode gerar a intensidade luminosa desejada, combinações interessantes e novos cenários.

A lâmpada ideal
As mais indicadas são as halógenas, grupo que inclui dicroicas, minidicroicas, PAR e AR, que possibilitam uma iluminação pontual e permitem o uso de dimmer. A dicroica é uma boa opção para a luz pontual e a AR funciona muito bem para destacar objetos de decoração, pois é uma luz de foco fechado, que não ofusca. A arquiteta Roseana Monteiro também indica o uso da fluorescente T5.

O requinte da luz
Os 30 m² do home theater criado pelos arquitetos Adriano Stancati e Daniele Guardini, da A+D Arquitetura + Design (Campinas Decor 2009), possuem um sistema de automação que cria cenas por luz indireta. Atrás da parede de gesso há lâmpadas fluorescentes T5 (36W - cor 830) dimerizadas. Os nichos e degraus possuem fitas de LED (2W) na cor âmbar e a luz geral fica por conta dos spots embutidos no teto equipados com minidicroicas (25W) com ângulo de 32 graus. O rebaixo chanfrado no teto de gesso acartonado, bem como os rasgos e nichos, recebem lã de rocha de 96 kg/m³ para garantir uma perfeita eficiência acústica. Dispersas pelo ambiente, velas de LED, da Philips, complementam o projeto luminotécnico.

sábado, 11 de julho de 2009

CASA COR RIO GRANDE DO SUL

ECOzinha, Lounge Cousine. A arquiteta Betina Gomes criou esta cozinha como um espaço gourmet para receber. A bancada de Silestone estrelado, com cooktop e pia, continua em uma mesa/bancada de madeira, que tem controle de altura por automação: para dar suporte à ilha do chef, ela fica na altura da bancada; quando é hora da refeição, ela abaixa para ficar no nível dos bancos de fibra jacinto d´água. A coifa Élica, revestida de cristais, tem função prática e decorativa.

CASA COR RIO GRANDE DO SUL


Sala de Jantar. Molduras de madeira de reflorestamento por toda a parede reproduzem nesta sala o estilo clássico inspirado na França. Os arquitetos Maria Rita Kops e Sandro Jasnievez optaram por uma mesa comprida, que pudesse reunir família e amigos para o jantar, com poltronas na ponta a fim marcar a posição mais imponente. O lustre Lácrima merece destaque, com cristais em forma de gota e estrutura revestida de seda preta. O tapete foi produzido com quadrados de couro reutilizado tingidos de branco e prata.

Estrutura metálica e fechamento de telhas trapezoidais na Estação Natureza . Brasil Arquitetura e Apiacás Arquitetos . São Paulo, SP


Vamos viajar de trem? O roteiro começa em uma estação localizada na região oeste da cidade de São Paulo, junto a galpões industriais do século passado. Para onde vamos? Para várias regiões do Brasil, em uma viagem relâmpago para conhecer um pouco mais da fauna e flora brasileiras. E é possível conhecer tanta diversidade em tão pouco tempo? Na Estação Natureza da Universidade de São Paulo, sim. Cinco vagões-contêineres metálicos, dispostos linearmente como um trem, abrigam e revelam seis dos principais biomas brasileiros. Onde mesmo? Junto à plataforma principal da Estação Ciência-USP, no paulistano bairro da Lapa.

O projeto Estação Natureza foi desenvolvido pela Fundação O Boticário com o objetivo de mostrar aspectos variados da biodiversidade do País e despertar no visitante uma maior consciência ambiental. A primeira Estação Natureza foi implantada dentro de um shopping center, em Curitiba, Paraná, em dezembro de 2001. Em 2006, o projeto se expande para Corumbá, Mato Grosso do Sul, com a inauguração da Estação Natureza Pantanal, às margens do Rio Paraguai, com projeto a cargo da Marco Arquitetura. A Estação Natureza-USP, terceira unidade da série, foi inaugurada em fevereiro deste ano e conta com projeto arquitetônico desenvolvido em parceria pelos escritórios Brasil Arquitetura e Apiacás, escolhidos em uma concorrência promovida pela própria Fundação.

A ideia inicial dos clientes era montar uma exposição em vagões de trem de verdade, ou o mais próximo disso, com rodas e janelinhas. A equipe fez outra proposta.

"Encomendaram a réplica de um trem, mas expor dentro de vagões com janelas seria muito desconfortável. Então propusemos módulos que fizessem uma alusão ao trem", conta Marcelo Ferraz, arquiteto titular da Brasil Arquitetura. De fato, o projeto ganhador baseou-se na arquitetura ferroviária e industrial presente no próprio local de implantação do projeto, junto a uma antiga estação de carga e descarga. "Para montarmos a proposta interagimos com várias áreas e formamos uma grande equipe multidisciplinar", explica Ferraz.

Assim, foram concebidas cinco caixas retangulares de 3,5 m x 15 m, revestidas de aço corten distribuídas em sequência na plataforma. Entre cada caixa totalmente fechada, cubos de vidro branco leitoso funcionavam como antecâmaras, respiros necessários entre uma experiência e outra. No projeto, as instalações corriam livres e expostas, de uma maneira bem industrial. "Propomos uma intensa viagem dentro de espaços inusitados, de vagão para vagão", conclui.

Do projeto ganhador ao efetivamente construído alguma coisa mudou no meio do caminho. Como sempre em arquitetura, e muito mais quando de trata do dinheiro de fundações, o projeto teve que se adequar a novos orçamentos. A solução foi escolher um revestimento de fachada que assim como o aço corten também carregasse uma imagem industrial. A equipe optou por revestir todos os vagões com telhas trapezoidais dispostas na horizontal e pintadas na cor vermelha. Utilizadas da maneira tradicional, foram conjugadas com uma manta de lã de vidro e internamente arrematadas com placas de gesso, que receberam todo o conteúdo expográfico.

A estrutura metálica foi erguida com aço galvanizado leve, o light steel frame, com montantes a cada dois metros. No entanto, a modularidade estrutural foi reduzida devido às necessidades especiais expográficas. Como cada vagão abrigava até dois biomas, com muita interatividade e a presença de tanques de água, o projeto estrutural teve que se adaptar a muitas diferenças de solicitação. "Cerca de 30% da estrutura de cada caixa é específica, sem modularidade", explica o arquiteto Pedro Barros, do Apiacás. Já o piso dos vagões é formado por chapas de OSB revestidas pelas tradicionais placas de borracha de alto tráfego. Em meio ao piso, alçapões foram distribuídos estrategicamente, para facilitar o acesso às instalações. As caixas de vidro foram suprimidas: em seu lugar apareceram pequenas varandas e ligação em balanço, exatamente como as tradicionais ligações externas entre um vagão e outro. "Foi um desafio montar uma exposição em um ambiente estreito e comprido, que tivesse a capacidade de receber vinte pessoas por vez em um percurso linear", conclui Barros.

Todas as caixas foram apoiadas em um embasamento de concreto elevado, de forma a possibilitar o acesso por passarelas a partir da plataforma, exatamente como um trem parado na estação. O embasamento também permitiu a formação de um vazio central com instalações, um piso técnico onde se concentram todas as tubulações hidráulicas e elétricas, assim como dutos de ar-condicionado. De acordo com os arquitetos, a nova solução de revestimento pediu que todas as instalações fossem embutidas, o que foi feito.

No fim, os arquitetos tiveram um pedido aceito. Foram trocados os robustos e antigos guarda-corpos amarelos da plataforma por discretas e esbeltas peças metálicas pretas. O conjunto ergue-se em destaque na plataforma, à espera de passageiros e sempre convidativo para mais uma viagem.

Arquitetura de interiores dribla espaço exíguo do escritório da Glem. Mareines + Patalano . Rio de Janeiro, RJ


Diversos locais especialmente criados para atender os Jogos Pan-Americanos no Rio de Janeiro perderam suas funções após o evento. É o caso das áreas sob a arquibancada de concreto do tombado Estádio de Remo, na Lagoa Rodrigo de Freitas. Sob concessão da empresa de empreendimentos imobiliários Glem, o espaço ganhou novas ocupações, como o escritório da própria empresa instalado em uma faixa da área disponível.

"O programa consistia em colocar em um espaço extremamente desfavorável e exíguo - sob um canto triangular da arquibancada - um centro de operações, salas de diretoria, três salas de reunião formais e espaços para os encontros informais, atendimento, copa e vestiários", contam os arquitetos Ivo Mairenes e Rafael Patalano, responsáveis pelo projeto.

O escritório executou o projeto com maestria, dando ao local uma atmosfera moderna, prática e sofisticada, assim solicitada pelo cliente. A solução foi dividir o vão em três níveis, com lajes de concreto pré-moldado para acomodar o programa. Como o primeiro dos três níveis é semienterrado e as fachadas são atreladas ao design do estádio, os arquitetos criaram um chamariz no interior, tirando partido do vazio central permeável que interliga todos pisos. Assim, instalaram um grande balaio, tramado com vigas de madeira laminada de eucalipto e bambu em contraste com a rigidez do concreto aparente.

Nesse espaço irregular acontece a circulação vertical, definida por escadas curvas de concreto amparadas por corrimão de aço inox, e a horizontal, com uma passarela de vidro no segundo piso. "Por causa desse vazio, os usuários deixam de se encaixar em seus respectivos locais de trabalho para participar de maneira dinâmica e interativa de todo o edifício", explicam os arquitetos.

Iluminação com segurança A cobertura de concreto não permitia aberturas, e as poucas existentes ficavam restritas às duas únicas pequenas fachadas. Uma delas, quase toda ocupada pela rampa de acesso à arquibancada que, por ser pública, facilitaria o acesso indesejável ao escritório, exigiu um planejado e refinado sistema de segurança. Apesar de mais suscetível a invasões, esse lado da construção oferecia a visão da lagoa e do Cristo Redentor. Para que apenas a luz e as belas vistas pudessem adentrar o escritório, planejaram-se longos e estreitos rasgos nas alvenarias.

Já a fachada dos fundos era mais alta e segura, mas se abria para um grupo de confusas e precárias construções. O projeto barrou a poluição visual, permitindo a entrada de luz natural por um semicírculo de vidro translúcido de segurança, que definiu esse plano.

De acordo com os arquitetos, tanto o mobiliário quanto as divisórias, portas e forros acompanham a filosofia de contrastes determinada pela arquitetura. Um trabalho elaborado de marcenaria define as áreas internas de cada pavimento. No primeiro piso, paredes curvas otimizam o espaço irregular. No segundo, como uma colmeia, divisórias de correr formam os ambientes da diretoria, mas possibilitam a sua integração quando necessário. Nos dois pavimentos inferiores, o forro de gesso embute lógica, elétrica e iluminação, e personaliza os espaços com seu desenho criativo.

A luz artificial nos locais de trabalho é básica, de forma a contribuir com a produtividade dos funcionários. Já na circulação, a luz foi planejada com mais requinte, destacando a trama do balaio e dando dramaticidade ao coração do escritório.