sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Capitonê contemporâneo

Marca faz revival de um de seus maiores sucessos

Em comemoração aos seus 70 anos, a rede de decoração carioca Celina Design está relançando vários de seus hits. É o caso do sofá Lumini, que apresenta linhas retas em sintonia com almofadas estilo capitonê, fixadas no assento e no encosto.

A peça, disponível em três tamanhos (2,00, 2,25 e 2,50 metros, sempre com 95cm de profundidade e 81cm de altura), pode ser estofada em linho ou carmuça. Preços: com 2,00m: R$ 1.890; com 2,25m: R$ 2.090; com 2,50m: R$ 2.290.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Angelo Bucci analisa o trabalho de Solano Benítez

... não estamos feitos de outra substância senão dos outros.
POR ANGELO BUCCI

Recentemente ouvi a citação ao lado de Solano Benítez. Ele não prescinde dos poemas para nos fazer ver as razões de seus projetos de arquitetura. A fonte, que ele citava, eu já não me lembro. Nem me lembraria, pois é na sua atuação que essas imagens ganham vida intensa, é nela que o seu sentido perdura na memória da gente. Os poemas são parte do arsenal que ele usa para nos fazer ver seu campo de ação, seu ideal de cidade e a causa em que ele se engaja.

Poesia ali é matéria. Melhor, é técnica. É ali, no campo simbólico, que ele confia a direção e o sentido das suas ações. Para ele, poesia é bússola, coordenada, é rumo de navegação.

Então, cabe à gente se perguntar: em que nave ele navega?

A nave, no caso, são as casas do Solano.

Mas como elas estão feitas?

De tijolos quebrados, alguém poderia responder. Aparentemente correta, essa resposta é profundamente falsa. Seria tola, como se boiasse perdida na superfície do mar em que ele navega, se não fingisse responder com o que sabe não ser o bastante. Pois a resposta esconde atrás da aparência de um material, em si precário, a elaboração cuidadosa e a sofisticação arquitetônica que se mobilizam na realização desses projetos.

É, afinal, uma resposta inaceitável. Pois, nessas obras, não existe a dimensão superficial.

Para olhar essas naves é preciso mergulhar no mar em que elas navegam e ali, imerso, saber ver. Sendo assim, não se partirá de outro pressuposto senão da consideração de que ali não existe um único tijolo quebrado. Tudo ali está solidário num conjunto armado de tal modo coeso que a unidade mínima não pode ser nada menos do que a obra inteira. Ali tudo tem integridade, ali todos os tijolos são perfeitos.

Suas obras são os templos da essência.

Essência de quê?

Da coerência de uma obra feita ao longo da vida do arquiteto.

PRECEDENTE

Em 1994 os trabalhos de Solano Benítez foram apresentados pela primeira vez fora do Paraguai. Foi em Portugal, por ocasião dos eventos de Lisboa Capital Ibero Americana da Cultura. Estávamos ali num grupo de - então, uns mais que outros - jovens arquitetos brasileiros: eu, Alvaro Puntoni, Luciano Margotto, Luiz Mauro Freire, Vinicius Andrade, Marcelo Morettin e Anna Julia Dietzsch. Todos éramos convidados para o evento com passagens pagas pelo governo brasileiro e hotel oferecido pela prefeitura de Lisboa.

Solano Benítez era o único representante paraguaio.

Nós, os brasileiros, estávamos ali não sem entusiasmo, mas também de certa maneira por força das circunstâncias.

Ele, por determinação. Pagara as próprias passagens; saíra do seu país pela primeira vez com o propósito de expandir seu campo de diálogo como arquiteto.

Logo nos juntamos como se fôssemos uma só delegação latino-americana.

Naquela época não era fácil entender as condições, as razões e os propósitos do seu trabalho.

Ele operava num contexto - aquele mesmo mar - desconhecido para nós. Trabalhava a partir de referências diferentes daquelas em que nós havíamos sido formados e produzia uma obra que não se podia classificar nas categorias que acreditávamos dominar.

Hoje, é mais fácil perceber isso. É mais simples notar que não discordávamos. Mas nos faltavam as palavras de maior entendimento. Afinal, vínhamos de contextos, que apesar de tão próximos e de tantos problemas comuns, eram feitos historicamente distintos. Assim, não compartilhávamos uma mesma base cultural solidamente constituída. Ali soubemos que se quiséssemos dividir uma identidade, ela precisaria ser construída.

Aquelas primeiras obras de Solano que vimos em Lisboa demonstravam que ele aceitava as condições e recursos disponíveis no contexto paraguaio - materialmente precária como ilustra um tijolo quebrado; culturalmente rica como ilustra a condição bilíngue da população de um país que não aniquilou a cultura precedente ao processo de colonização -, mas aceitava aquelas condições sem, contudo, resignar-se a elas. Ou seja, ele não se limitava à primeira configuração possível dos recursos de que dispunha. Ao contrário. Já ali, ensaiava - com protótipos submetidos à prova de cargas, com análises de esquemas estruturais que isolavam o papel de cada elemento resistente - a invenção de um repertório próprio de que ele se servia como uma plataforma para lançar os seus projetos. Depois, esse repertório ganharia um nível de elaboração que, creio, nenhum de nós poderia então vislumbrar.

Condomínio residencial Vila Gardner, de Gustavo Penna, em Nova Lima, MG

Mais um projeto arquitetônico de destaque em Nova Lima, Minas Gerais. A cidade localizada na região metropolitana de Belo Horizonte, mais precisamente no centro sul, tem atraído investimentos imobiliários e nomes de grandes arquitetos justamente por fazer divisa com uma das regiões mais ricas da capital mineira. Dessa vez nossa atenção volta-se para um condomínio de apartamentos incrustados no Vale dos Cristais, região montanhosa de difícil implantação, dentro de uma reserva natural protegida. Trata-se do Vila Gardner, conjunto de seis edifícios de construção e incorporação da Odebrecht, e projeto de Gustavo Penna.

O condomínio é o primeiro de um total de doze que serão erguidos pela construtora na região. Como estão em uma área de preservação, somente 20% da área total pode ser destinada à construção. "O que me entusiasmou no convite feito pela construtora foi a possibilidade de conceber um projeto de baixo impacto, com poucas superfícies impermeabilizadas", diz Penna. De fato, o terreno reservado aos edifícios tem 28 mil m2, enquanto a área construída dos seis soma 14,8 mil m2.

A primeira questão endereçada ao arquiteto foi sobre o conceito dos edifícios: como seria um apartamento de transição entre a cidade e a montanha? "O maior desafio foi criar um tipo de habitação compatível com esses dois momentos", explica Penna. A resposta está nas principais características do projeto: poucos pavimentos, poucos apartamentos, muitas áreas envidraçadas, varandas e grande permeabilidade. Os edifícios são perfeitamente adaptados às curvas de nível acentuadas do terreno, suas principais aberturas voltam-se para a vista exuberante dos vales ao redor. Cada bloco possui garagem, térreo mais quatro pavimentos com dois apartamentos cada, sendo que o último andar é reservado às coberturas dúplex com piscina, que não carregam a extrema verticalidade como característica principal. A planta de cada pavimento é curva, ora côncava, ora convexa, e organiza-se a partir de um eixo de circulação central. "As janelas se abrem para as áreas preservadas, os prédios não são geometrizados, reticulados, ao contrário, apresentam uma arquitetura mais orgânica, sinuosa", define.

O número reduzido de apartamentos conferiu uma escala precisa e harmoniosa ao condomínio. Um edifício não faz sombra no outro, e a implantação criou uma ambientação interna ilimitada, enquadrada pela extensa natureza do entorno. "O projeto de arquitetura existe graças à topografia, e não apesar dela", diz Penna, que completa "ela inaugura um pensamento, pois os prédios nascem escalados nos espigões".

A área dos apartamentos varia entre 270 m2 e 450 m2, sempre com quatro suítes e varanda inserida em meio às áreas íntima e social. Essa permeabilidade reforça a ideia de liberdade proposta pela implantação, onde os limites estendem-se para onde a vista alcança, e a mata e seus ruídos penetram os apartamentos. A garagem eleva-se no corpo da construção, e o fato de não ser enterrada libera mais área permeável.

Há uma pequena licença poética na área de lazer: com "nascente" na piscina, uma fenda de água revela as curvas de uma cobertura em balanço vazada, por onde se ergue a caixa d'água geometrizada. A imagem remete à beleza mais voluptuosa da arquitetura brasileira, talvez um tanto esquecida.

Todo o conjunto é monocromático e harmônico em relação à materialidade das montanhas. O granito impera em piso e fachadas, e também toma forma de maneira irregular, como saliências, em painéis estrategicamente localizados. Os edifícios não agridem a montanha, simplesmente organizam e enquadram vales e escarpas, na forma de molduras possíveis da generosa natureza do lugar.

domingo, 6 de setembro de 2009

O charme da madeira de demolição lavada

Recém-chegado em conteiner da China, o Rack com rodinhas saiu por R$ 5.900

Recém-chegado em conteiner da China, o Rack com rodinhas custa R$ 5.900

A Rug Hold acaba de receber da China, com exclusividade, um conteiner repleto de móveis de madeira de demolição “lavada”. Depois de lixada, a madeira recebe uma aplicação de seladora para proteção, garantindo um acabamento mais claro e visual mais leve.

A bandeja em madeira de demolicao lavada sai por R$ 400

A bandeja em madeira de demolicao lavada sai por R$ 400

São racks, estantes, mesas de centro, aparadores, armários altos e baixos, bancos e espelhos com diversas opções de tamanhos. Alguns móveis possuem rodas industriais e detalhes em placas de ferro oxidado.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Arquitetos celebram abertura do Casa Cor Rio

Gorete Colaço criou uma Cozinha Gourmet de 132 metros quadrados. Já o arquiteto Caco Borges criou um Estúdio Inteligente, pensado para uma pessoa que procura ter mais tempo para si e aproveitar a casa.

Gorete Colaço criou Cozinha Gourmet de 132 metros quadrados. Já o arquiteto Caco Borges deu vida ao Estúdio Inteligente, pensado para pessoa que procura ter mais tempo para si e aproveitar a casa.

A 19ª edição de Casa Cor Rio abre para o público hoje no Jockey Club da Gávea, com 51 espaços e 76 arquitetos, decoradores e paisagistas participantes. A maior mostra de decoração da cidade apresenta soluções alternativas de moradia ocupando imóveis que não foram projetados para este fim, além de propor sofisticadas e divertidas maneiras de viver de forma sustentável e consciente.

Apostando na preservação do patrimônio histórico de um lugar, a Casa Cor Rio revitalizou a Tribuna C com oito estúdios compactos, de 40 a 75 metros quadrados, que ilustram realidades de comportamento: a de um jovem casal que vive em apenas 56m², a do estudante que está sempre em trânsito, a do casal que passa temporadas no Rio de Janeiro, a do colecionador de arte, a do casal com anos de casados, a de um profissional que usa o mesmo espaço para trabalho e moradia, a do aficionado por tecnologia e modernidade como uma forma de otimizar o tempo e a de um adepto da sustentabilidade como filosofia de vida.

Um dos destaques, o Jardim Burle Marx, com 1.400 metros quadrados, foi idealizado pelo escritório de Haruyoshi Ono, sócio de Roberto Burle Marx por 30 anos. O paisagista é o grande homenageado do Casa Cor Rio esse ano. Ao lado a Estufa, projetada por Ivan Rezende, abriga mudas de espécies tropicais em extinção, cedidas pela Reserva Natural Vale, que fica no município de Linhares, no Espírito Santo.

Você confere a cobertura completa do Casa Cor Rio 2009 em posts diários no site da revista Conceito A.

O Iluminador Maneco Quinderé sempre presente nos projetos mais inovadores da cidade. Haruyoshi Ono, à frente do escritório de Burle Marx, foi responsável pelos Jardim do parque de 1.400 metros quadrados que leva o nome do renomado paisagista.

O Iluminador Maneco Quinderé sempre presente nos projetos mais inovadores da cidade. Haruyoshi Ono, à frente do escritório de Burle Marx, foi responsável pelo Jardim de 1.400 metros quadrados que leva o nome do renomado paisagista.

O relógio criado por Hans Donner ganhou destaque no Foyer de Rachel Marques de Sá. Laura e Cristina Bezamat deram vida ao Café da Praça, com aposta em grandes nomes do design nacional para compor o ambiente.

O relógio criado por Hans Donner ganhou destaque no Foyer de Rachel Marques de Sá. Laura e Cristina Bezamat deram vida ao Café da Praça, com aposta em grandes nomes do design nacional para compor o ambiente.

Paola Ribeiro projetou o Estúdio do Casal, enquanto Jairo de Sender criou um Living em homenagem a atriz Christiane Torloni. Os arquitetos Chico Vartulli e Gabriel Dile uniram natureza com tecnologia no Café Nextel.

Paola Ribeiro projetou o Estúdio do Casal, enquanto Jairo de Sender criou um Living em homenagem a atriz Christiane Torloni. Os arquitetos Chico Vartulli e Gabriel Dile uniram natureza com tecnologia no Café Nextel.

Ana Lila Denton e A. Juarez Farias Jr. foram responsáveis pela Sala Bar, que apresenta mesa comprida com televisores embutidos. Já os arquitetos Tiago Freire e Marcelo Jardim criaram a Boutique Nespresso, espaço que promete degustações de café para todos os gostos.

Ana Lila Denton e A. Juarez Farias Jr. foram responsáveis pela Sala Bar, que apresenta mesa comprida com televisores embutidos. Já os arquitetos Tiago Freire e Marcelo Jardim criaram a Boutique Nespresso, espaço que promete degustações de café para todos os gostos.

Andrea Chicharo idealizou o Bar da Tribuna, onde criou um bar-ilha com balcão em corian laranja iluminado por dentro. O arquiteto Ivan Rezende investiu na sustentabilidade para dar vida a sua Estufa, inserida no jardim de Burle Marx.

Andrea Chicharo idealizou o Bar da Tribuna, onde criou um bar-ilha com balcão em corian laranja iluminado por dentro. O arquiteto Ivan Rezende investiu na sustentabilidade para dar vida a sua Estufa, inserida no jardim de Burle Marx.

Solange Medina esse ano ficou responsável pelo Restaurante da mostra, construido a partir de um almoxarifado abandonado do Jockey. A arquiteta Fernanda Pessoa de Queiroz projetou o Apartamento do Hóspede homenageando o Ano da França no Brasil. A inspirado veio das suítes do hotel Plaza Athénée, em Paris.

Solange Medina ficou responsável pelo Restaurante da mostra, construido a partir de um almoxarifado abandonado do Jockey. A arquiteta Fernanda Pessoa de Queiroz projetou o Apartamento do Hóspede homenageando o Ano da França no Brasil. A inspirado veio das suítes do hotel Plaza Athénée, em Paris.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

11ª Mostra Artefacto Rio abre ao público

A varanda de Ana Maria Indio da Costa

A varanda de Ana Maria Indio da Costa é um dos destaques

A artefacto Rio de Janeiro inagurou a décima primeira edição de sua mostra com novas propostas de ambientes utilizando os itens da coleção 2009. Delicadeza e sofisticação aparecem nos projetos, que revelam bom gosto e tendências exclusivas quando o assunto é lifestyle.

A grande inspiração da coleção 2009 veio da moda: pespontos, recortes, costuras duplas e trançados que agregam ainda mais estilo ao produto. Uma simples bandeja de fibra vegetal vem adornada por duas alças em couro tressê, como se fossem alças de uma bolsa de grife.

Almofadas em tecido com detalhes em couro crocco, geométricos, de forte impacto visual. Uma poltrona com ferragens em couro e metal, referência imediata aos mocassins italianos. Sofás com capas em couro, molengas, desconstruídos, com grossos vivos, lembrando as bolsas de viagem. E nesta “viagem” cabem muitas referências, muitas informações.

:: Veja a lista dos profissionais da 11ª Mostra Artefacto Rio

Adriano Amado, Ana Lila Denton e Juarez Farias Jr., Ana Lúcia Jucá, Ana Luiza Jardim e Tina Pessoa de Queiroz, Ana Maria Índio da Costa;André Piva,Andréa Duarte e Guilherme Osborne, Beth Kalache e Letícia Leão, Carlos César Noronha (Maranhão), Cláudia Brassaroto, Cristina Brasil, Duda Porto, Jorge Delmas, Joy Garrido, Laura e Cristina Bezamat, Leandro Medeiros, Luiz Fernando Grabowsky, Luiz Fernando Redó e Carlos Hansen, Lycia Maia e Fabiana Bazbuz, Marilene Galindo, Mário Brasil, Maurício Nóbrega, Mônica Gervásio, Natália Paes e Simone Meira, Paloma Yamagata, Paola Ribeiro, Rachel Molinaro, Roberta Devisate, Roseli Muller, Sérgio Paulo Rabello e Solange Medina.

:: Confira alguns ambientes da mostra

O quarto do casal de Ana Lila Denton e A. Juarez Farias Jr

O quarto do casal de Ana Lila Denton e A. Juarez Farias Jr

O Café Beach & Country de Carlos Cesar Noronha, o Maranhão

O Café Beach & Country de Carlos Cesar Noronha, o Maranhão

O living com sala de jantar da Natália Paes Simone Meira

O living com sala de jantar da Natália Paes Simone Meira

O spa de Roberta Devisate

O spa de Roberta Devisate

O loft de Sergio Paulo Rabello

O loft de Sergio Paulo Rabello

O quarto com escritório de Joy Garrido

O quarto com escritório de Joy Garrido