terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Fachada é preservada em ampliação da Galeria Progetti, de Rua Arquitetura, no Rio de Janeiro
Situada em um edifício histórico de 1889, a Galeria Progetti completa o circuito das artes na antiga capital brasileira e conecta Brasil e Europa
Por Patrícia Larsen e Nathália Larsen Fotos Nelson Monteiro

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Residência em São Paulo, do escritório Drucker Arquitetura

Com referências à arquitetura paulista dos anos 1950, projeto de residência valoriza a fluidez e a integração dos espaços para aproveitar ao máximo a privilegiada localização
Por Juliana Nakamura Fotos João Ribeiro

Ao se deparar com o lote de 2.500 m² no alto do morro do Morumbi, na zona Sul de São Paulo, a arquiteta Monica Drucker sabia que havia encontrado o lugar ideal para a residência que seu cliente procurava. A área dispunha de uma condição privilegiada que conciliava a vista para o skyline urbano da Marginal do Rio Pinheiros, com a tranquilidade de uma rua arborizada, além de excelentes condições de privacidade asseguradas pelo desnível de 1,5 m em relação à via.

Desde os anos de 1950 o terreno vinha sendo ocupado por uma casa com ótima implantação, metragem adequada e quartos com varandas generosas. Por isso, a ideia inicial foi realizar um projeto de reforma para ajustar a edificação de linhas tipicamente modernistas às necessidades de seus novos usuários - um casal com três filhos adultos. Mas após a análise minuciosa da estrutura, descobriu-se que o retrofit seria econômica e tecnicamente inviável, o que acabou levando à demolição completa da antiga construção.

A intervenção mais radical não significou, contudo, perda de toda a bagagem histórico-cultural. Ao contrário. No projeto de Monica é possível identificar elementos do repertório do modernismo paulista, como as janelas horizontais, os balanços e as linhas de ângulos e brancura rígidos. "A casa se estende quase como um código de barras voltado para a paisagem da cidade", define a arquiteta.

Além da linguagem, a localização do platô original foi mantida por duas razões. Primeiro para preservar o grupo de árvores e bambus existentes e que, agora, definem a entrada, destacando a volumetria, os balanços de 3,60 m e os quadros transparentes. Segundo, porque a implantação permitia atender plenamente aos desejos dos moradores, que ansiavam por uma casa clara, aberta para o verde, mas sem comprometimento da privacidade.

Como forma de valorizar a transparência e privilegiar a integração visual entre interior e exterior, o projeto tirou partido do uso extensivo de vidro, enquadrado por caixilhos de alumínio anodizado, quase sempre em portas de correr. Para dar ainda mais permeabilidade aos espaços, o mesmo mármore travertino levigado utilizado no corredor de acesso à casa reveste o piso de ambientes internos, como nas salas de jantar e estar.

Em contraposição às salas geralmente fechadas nas laterais que caracterizam as edificações tipicamente modernistas, a arquiteta propôs fechamentos de vidro que permitem inundar os ambientes de luz natural, inclusive na entrada da sala, onde o pé-direito atinge 4,5 m. A transparência farta exigiu, porém, soluções para controle da incidência da luz. Telhas termoacústicas ocultas por platibandas foram distribuídas por toda a cobertura para melhorar o conforto e a eficiência energética da edificação. O mesmo motivo levou à instalação de brises e persianas nas faces mais sujeitas à insolação, recurso que contribuiu para resguardar a privacidade dos moradores em ambientes do pavimento superior, ao nível da rua.

O programa distribui-se por dois pavimentos. No térreo foram alocados salas de estar, de jantar, o home theater e o escritório, revelados por altas portas retráteis que interligam os ambientes como um grande loft. No mesmo nível encontram-se a copa e a cozinha, que se abrem inteiramente para a área de lazer externa.

Segundo a arquiteta, diante de ambientes com metragens tão amplas, um dos desafios foi proporcionar uma ambientação aconchegante à casa. Tal preocupação levou à especificação de elementos de escala monumentais, como os lustres da sala de estar. Do lado externo, outra saída encontrada para amenizar a rigidez dos blocos brancos foi a inserção de elementos de madeira, especialmente no deck da piscina e no forro da área da churrasqueira.

Caixilho
A presença de amplos panos de vidro com caixilhos de alumínio branco caracteriza muitos trabalhos de Monica Drucker. Mas nessa casa no Morumbi, a arquiteta queria escamotear ainda mais os perfis, favorecendo a integração entre os lados interno e externo. A solução encontrada, em parceria com o fabricante de esquadrias, foi utilizar uma pintura que reproduz a tonalidade neutra do aço inox. Como o projeto exigia o uso de caixilhos robustos para vencer grandes vãos, outro recurso adotado foi reduzir a largura dos perfis para 6 cm e compensar na espessura.

Distribuição de cargas
Para viabilizar uma estrutura esbelta, capaz de flexibilizar os espaços internos e não comprometer o visual leve e limpo, o projeto estrutural teve como ponto crucial a utilização de laje nervurada de 60 cm de espessura. Nesse tipo de elemento, a zona de tração é constituída por nervuras entre as quais é inserido material inerte, no caso, EPS (poliestireno expandido ou isopor). "Com isso, além de uma superfície plana e rígida, foi possível empregar pilares quase imperceptíveis nas salas de estar e jantar, onde temos vão de 13 m e pé-direito de 4,5 m", explica Monica Drucker.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Estúdios Terra, em Belo horizonte, se aproveita de declive natural do terreno, de Arquitetos Associados


Declive natural do terreno torna-se espaço habitável em edifício projetado por iniciativa de arquitetos e longe de incorporadores. Duas partes distintas conformam a obra, tanto em relação ao programa quanto à lógica construtiva
Por Simone Sayegh Fotos Eduardo Eckenfels

O programa e o terreno são completamente diferentes, mas a abordagem aproxima os Estúdios Terra 240 do projeto da Praça da Pampulha (também publicado nesta edição). Ambos em Belo Horizonte, saídos do mesmo escritório, Arquitetos Associados. Dessa vez os responsáveis pelo projeto foram Carlos Alberto Maciel e Bruno Santa Cecília. O Terra nasceu em 2006, e exportou conceitos para a Pampulha. Foi nos Estúdios que o tijolo se afirmou como opção construtiva - a primeira vez que os arquitetos empregaram o material foi em 1999, na Praça Milton Campos, em Betim, MG - que se desdobra intensamente na praça. Além disso, o aproveitamento da topografia, acidentada ou não, como condicionante ativa da arquitetura está presente nos dois projetos. No edifício, o declive natural do terreno torna-se espaço habitável enquanto que na praça cria-se o aclive, e se potencializa o uso. "Não é mera coincidência, a topografia é sempre fato gerador do projeto", explica Carlos Alberto.

O bairro escolhido para o edifício contribuiu para reforçar as particularidades do projeto, que quebra conceitos consagrados do mercado imobiliário. Santa Lúcia é resultado de um parcelamento dos anos 50, em região de topografia bastante acidentada. Diversas vias projetadas nunca foram implantadas pela inviabilidade topográfica, e segundo a Carta Geológica do Município várias características limitantes colocam a região em situação geológica de risco. Segundo os arquitetos, esse conjunto de restrições deslocou os interesses do mercado imobiliário para outros bairros, mas com o esgotamento do estoque de terrenos o bairro tornou-se a última grande área livre da região centro-sul de Belo Horizonte, apesar da infraestrutura deficiente. "O zoneamento na área permite baixo coeficiente de aproveitamento, o que faz com que o bairro apresente baixa densidade e maior porção de áreas verdes comparativamente a outros", completa.

Por ser um edifício corporativo, não na concepção total da palavra, há salas comerciais. Mas por ser fruto de uma iniciativa de arquitetos, e não de empreendedores imobiliários cujo programa é definido por corretores e incorporadores, exploram-se detalhes de ocupação pouco usuais. "O projeto não é uma reação a um programa pré-estabelecido, mas torna-se parte de um processo que vai da escolha do terreno, passando pelas definições de tipologia, projeto arquitetônico, coordenação e gerenciamento dos projetos complementares e da obra", explica Bruno. Para começar, as áreas de trabalho apropriam-se do declive, em oposição à ocupação com garagens e espaços residuais. O terreno apresentava aterros pré-existentes de até 8 metros, desafio aceito pelos arquitetos que ocuparam o declive em duas partes distintas em relação ao programa, à tipologia e à lógica construtiva.

O resultado formal do edifício é fonte dessas distinções, marcadas pelo escalonamento dos pavimentos, o que evitou a escavação e a construção de arrimos altos. O Terra divide-se em térreo com estacionamento, dois pavimentos inferiores e dois superiores. Em sua concepção original, previa uma maior ocupação do terreno e sete unidades comerciais no primeiro pavimento. Problemas durante a execução das fundações obrigaram os arquitetos a modificar o projeto com a obra em andamento.

Dessas alterações resultam a área aberta ao nível do terreno, a diminuição de duas unidades comerciais no primeiro pavimento e a adoção dos pilares em "V" para equilíbrio do volume superior em apenas dois pontos de apoio nas fundações.

Os dois pavimentos inferiores conformam escritórios em planta livre, com janelas horizontais tipo fita coerentes com a lógica construtiva da estrutura independente de concreto armado. Esses pavimentos são ocupados pelo escritório de arquitetura, com acesso independente. Já os dois pavimentos superiores abrigam cinco estúdios dúplex, pouco usuais para espaços comerciais, com sala e copa no pavimento inferior, mezanino e banheiro no nível superior.

"A localização das prumadas de água e esgoto permite diferentes usos para os estúdios, de maneira a liberar o restante do pavimento e do mezanino à ocupação livre", explica Bruno. Entre os dois volumes mais densos a arquitetura respira no espaço preenchido apenas pelos pilotis. A abertura para o público e urbano, tão necessária na talvez utópica busca pela integração, restringe-se apenas na pintura epóxi que desenha os grandes números que marcam as vagas de estacionamento.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Praça na Pampulha se impõe, mas respeita atrações do entorno, de Arquitetos Associados, em Belo Horizonte

De um lado, espaço para eventos. De outro, lugar para uso cotidiano. A equipe do Arquitetos Associados respeitou a escala e a ambiência do local, mantendo as visadas livres em praça próxima ao conjunto da Pampulha, de Niemeyer
Por Simone Sayegh Fotos Eduardo Ekenfels

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

HIGH LINE PARK

Parque em Nova York, de James Corner Field Operations e Diller Scofidio + Renfro, foi implantado em linha férrea elevada, desativada desde 1980
POR CAMILA VIEGAS-LEE FOTOS FRAN PARENTES

O High Line, o mais novo parque de Nova York, foi inaugurado no que era uma linha férrea elevada abandonada desde 1980. Iniciativas públicas e privadas - incluindo ações da Associação dos Amigos do High Line - arrecadaram 44 milhões de dólares para a reforma e transformação para um novo uso. O resto dos 152 milhões de dólares foram levantados pela prefeitura (leia-se Michael Bloomberg) e por mais de 30 projetos em construção ao redor do parque - como o de Renzo Piano para a nova sede do Whitney Museum.

Segundo o New York Times, essa talvez seja uma das parcerias públicas privadas mais bem-sucedidas da cidade. A primeira seção, aberta em junho de 2009, vai da rua Gansevoort (um quarteirão abaixo da rua 12) até a rua 20. A segunda, da rua 20 à 30, deve abrir em 2010 totalizando 2,33 km de extensão. A linha férrea original de 1934 chegava até o Soho, mas a parte sul foi demolida nos anos 60 - e este teria sido o destino de toda a extensão da antiga linha se não fossem os esforços da associação formada em 1999 a partir de uma reunião entre empreiteiros e moradores do bairro.

Em 2002, os Amigos do High Line conseguiram provar para a prefeitura que os impostos gerados pelo parque seriam maiores que os custos de construção e reforma. No ano seguinte eles abriram um concurso arquitetônico e paisagístico. O estúdio de paisagismo James Corner Field Operations e o escritório de arquitetura Diller Scofidio + Renfro foram escolhidos. Dois anos mais tarde começou a construção, realizada em três fases. Todo o material que estava apoiado na estrutura foi removido e mapeado - o que inclui os trilhos de ferro, o cascalho, a terra e uma camada de concreto. Construiu-se um sistema de drenagem e a segunda camada de concreto, que faz parte da estrutura do elevado, passou por restauro e impermeabilização.

Depois, os elementos de ferro da estrutura do High Line foram lixados para a remoção da pintura original - que era de chumbo e, portanto, tóxica. Tudo realizado dentro de tendas fechadas de um pouco mais do que sete metros para deter as partículas de tinta. O ferro recebeu três novas camadas de tinta - a última, da mesma cor da original.

As partes que estavam quebradas foram restauradas e o que estava faltando foi refabricado para se aproximar do desenho original. E finalmente, instalaram-se faixas de metal inclinadas abaixo da estrutura para protegê-la de pombas.

A partir daí, a primeira seção do parque propriamente dito pôde ser construída. Essa fase incluiu a instalação de 3,5 mil placas pré-fabricadas de concreto para laje, 60 assentos de ipê brasileiro e peruano, dois elevadores, duas escadas rolantes e o plantio de cerca de mil árvores e 50 mil mudas de diferentes tipos de vegetação. E, sentado em uma das espreguiçadeiras entre as ruas 14 e 15, tem-se a melhor vista do rio Hudson.

Luminárias LED de alta eficiência foram integradas aos trilhos e iluminam o caminho do visitante à noite. As luzes ficam abaixo do nível dos olhos, o que permite que a vista se ajuste à luz ambiente. Outras lâmpadas também foram instaladas debaixo do High Line para iluminar a rua.

De acordo com os autores, o projeto foi inspirado na "beleza melancólica encontrada no High Line" - onde flora e fauna retomaram um espaço urbano que tinha sido abandonado pelo homem. A ideia era "reajustar um veículo industrial e o transformar em um instrumento de prazer pós-industrial". Para quem visita, é fascinante pensar que toneladas de carne, legumes e leite foram transportadas dos portos do Leste de Midtown aos mercados do Sul da ilha nos anos 40 e 50. O último carregamento, em 1980, continha três compartimentos de peru congelado.

Este é o segundo parque para pedestres construído a partir de linhas férreas do mundo. O primeiro, o Promenade Plantée, fica no 12o arrondissement em Paris. Há ainda projetos para a construção de um no Bloomingdale Trail, em Chicago, e no elevado do velho Viaduto Reading, em Callowhill, na Filadélfia.

sábado, 5 de dezembro de 2009

VEDASIKA – Nova geração de impermeabilizantes da Sika


A SIKA, líder mundial em impermeabilizantes lança no Brasil o Vedasika®, o mais moderno aditivo líquido para concretos e argamassas, que impermeabiliza e plastifica a mistura impedindo por completo o surgimento da umidade e seus efeitos posteriores.

É um produto com característica 2 em 1, ou seja, além de impermeabilizar a massa, também é substituto da cal,melhorando muito a trabalhabilidade da mistura e proporcionando maior coesão, facilidade na aplicação e acabamento, reduzindo as perdas e diminuindo as trincas após a cura total do produto.
O Vedasika® pode ser aplicado em alicerces, paredes de encosta e subsolos, paredes internas e externas expostas, contra-pisos nivelador de lajes e em piscinas e caixas d'água enterradas.

Além da praticidade de ser um 2 em 1, outro grande benefício do Vedasika® é RENDER O DOBRO quando comparado com qualquer outro produto similar do mercado. O consumo é simplesmente a METADE! Com apenas 1 litro para cada saco de cimento, obtém-se uma argamassa de alta qualidade, proporcionando economia, maior segurança e durabilidade.

Outra vantagem é proporcionar maior economia para o consumidor final e para o profissional. Com a massa mais coesa não há desperdício de material para o consumidor e nem retrabalho para o profissional.

SOBRE A SIKA

Com a matriz sediada em Baar, na Suíça, a Sika é Pioneira e Líder Mundial na fabricação de Produtos Químicos, empregados na Impermeabilização, Vedação, Colagem, Reforço e Proteção das Estruturas de Concreto na Construção Civil.

A Empresa também está presente na indústria, no setor automotivo e na manufatura de componentes e equipamentos.

Atuando no Brasil há 75 anos, a multinacional participou de grandes obras de engenharia do mundo, como a Usina Hidrelétrica de Itaipu, Cristo Redentor (RJ), Rodovia dos Imigrantes (SP), Túnel São Gotardo (Suíça), Metrô de Milão, Embaixada em Pequim e Torre Macau (China), Fábricas da Coca-Cola (Canadá e América Latina), Fábricas da Philip Morris (Rússia), Fábrica da Motorola (Escócia), Fábrica da Bavária (Colômbia), Fábrica da Volkswagen (África do Sul) e Aeroporto Internacional de West Palm Beach (EUA).